Aluguéis mais Caros: intervenção estatal é ineficiente e danosa conforme alerta Favaron

O valor do aluguel residencial continua em alta no Brasil. Em janeiro de 2024, o preço da locação subiu 0,96%, um aumento expressivo quando comparado à inflação mensal de 0,16%. No acumulado dos últimos 12 meses, a alta foi de 13,16%, conforme dados do Índice FipeZAP.

Essa valorização reflete uma conjuntura econômica desafiadora para quem deseja adquirir um imóvel, influenciada por fatores como juros elevados, restrição de crédito imobiliário e mudanças nas regras de financiamento da Caixa Econômica Federal, instituição que lidera os financiamentos imobiliários no país.

Dados do IBGE confirmam o aumento da demanda por locação. A parcela da população que vive de aluguel saltou de 16,4% para 20,9% entre 2010 e 2022. Desde então, os fatores mencionados têm intensificado essa tendência, sem previsão de mudança no curto ou médio prazo, como uma redução expressiva da taxa básica de juros.

Os perigos da intervenção estatal

O debate sobre a regulação do mercado de aluguéis tem ganhado força em algumas cidades brasileiras, impulsionado por exemplos internacionais de controle de preços e restrições a locações por temporada. Entretanto, experiências recentes em Lisboa, Barcelona e Nova York demonstram que tais políticas podem ter efeitos contrários aos esperados, resultando na queda da oferta de imóveis e agravando a crise habitacional.

Gustavo Favaron, CEO & Managing Partner do GRI Club, destaca esse risco em entrevista ao Valor Econômico. Segundo ele, ao limitar reajustes ou impor restrições ao mercado de locação, o governo pode afugentar investidores e encarecer ainda mais os imóveis. "Em Berlim, por exemplo, construtoras optaram por migrar para outras regiões, reduzindo a oferta imobiliária e agravando o problema habitacional", explica.

Qual a solução?

Em vez de restrições que desestimulam o investimento, a solução passa por estimular a construção de novos imóveis, ampliar o acesso ao financiamento da primeira moradia e investir em infraestrutura que favoreça a expansão urbana para novas regiões. Essas medidas podem equilibrar a relação entre oferta e demanda, contribuindo para a estabilização dos preços.

Favaron também alerta para a superficialidade e o viés político que costumam marcar o debate sobre controle de aluguéis. "O Brasil pode entrar nessa discussão em breve e é essencial que o mercado imobiliário esteja preparado", conclui.

O mercado de locação está em constante evolução, e compreender as dinâmicas que influenciam seus preços é fundamental para tomar decisões seguras e estratégicas. Como profissionais do setor, seguimos atentos para orientar clientes e investidores com informações confiáveis e atualizadas.

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Rafael Quintana, CEO
RAFAEL QUINTANA Inteligência Imobiliária
Engenheiro Civil e Consultor Imobiliário